segunda-feira, 2 de junho de 2008

Protesto contra o Protesto!

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Pra começar eu nem gosto de BLOG, acordei meio cético hoje, duvidando de tudo e todos. Não sou hipócrita, mas queria escrever hipocrisia, é bom, é daquelas palavras boas de se usar em texto. Seguindo o exemplo dos policiais que sempre usam termos; meliante, elemento... Mas voltando ao assunto Blog, a 1 mês eu era contra, achava coisa de emo, deixava de visitar páginas só porque eram blog. Mas também achava que todos os blogs começavam com: "meu querido blog, hoje...". Tá, assumo que como várias modinhas essa me pegou. Mais não vou adimitir, NÃO GOSTO!

-Aqui Delegado Saldanha, o meliante foi preso em flagrante.
-Trás o elemento aqui, Cabo Neris!

Vamos protestar contra a hopocrisia então. Vou citar exemplos. 90% de quem converso sobre futebol, não gostam de Galvão Bueno, não suportam aliás. Mas cá entre nós, pra mim é o melhor. Morro de rir com ele, só ele está certo, sempre! Sempre também na hora errada, nunca acerta a hora de voltar do intervalo e dizer "Bem amigos da Rede Globo". Só ele também com as sacadas e clichês (por ele inventados) do tipo. Narrando um jogo da seleção contra a Ucrânia: - Pega na bola o craque do time, o Jgunbangs, esse sabe tudo e mais um pouco! -. Quando não sabe ele iventa, mas claro que ele conta com a ajuda dos fiés escudeiros, Falcão e Arnaldo. Que aplicam a lei da balela e só fazem dizer o que Galvão disse com outras palavras. Pensando bem aliás, acho que o que me prende a essa narração é a chamada clássica antes dos jogos, o velho merchã: "Raider, Itaú, Havaianas as legítimas..." com aquela voz de locutor de A.M.

PROTESTO CONTRA GALVÃO! VOU ASSITIR NA RECORD!

Vamos protestar contra os elevadores. Quando entramos num, somos saudados por um bom dia, boa tarde, boa noite. Durante a "viagem", todos calados, olhando fixo pra frente, como numa apresentação militar. Ninguém quer ficar no meio, quando se entra todos buscam os cantinhos, querem se apoiar na gelada extremidade. Os que estão no meio tentam ir pro lado, os de um lado pro outro, brincando de tetris. Mais bom mesmo é quando se está só, o terreno todo pra você. Tira meleca, coça o saco, faz pose no espelho, até um passinho de dança da pra fazer. Ae entra alguém e estraga tudo. Chato, quem pensa que é engraçado, ja entra falando, "Só assim pra eu subir na vida", e só quem ri é quem esse infeliz está olhando, mas mesmo assim um sorriso pálido, pra não deixa-lo sem graça. Elevador é um purgatório ambulante.

PROTESTO CONTRA OS ELEVADORES! EXERCITEMOS NAS ESCADAS!

Vamos protestar contra os Índios. São preguiçosos, a Funai não deixa ninguém tocar neles, e ainda por cima agora metem a faca, facão aliás nos outros. Dançam a dança da chuva, e nunca chove, dormem o dia todo, e quando não se está dormindo estão brincando nos rios. Pelo menos acho até fácil lidar com eles. Se algum te ameaçar, você oferece um espelho, uma camisa do Flamengo e short curtinho que você usa pra dormir, ele deve aceitar e ir feliz pra aldeia mais próxima. Você no primário, passa 1 ano aprendendo a sentar como eles, aliás que posição chata e incômoda. Por quê ninguém aprende a caçar como eles, ou correr como eles? São todos acomodados.

-Mim vai embora!
-Tchau!
-Mim está com fome!
-Problema seu, vá caçar! Não... NÃO... pra que você sentou?!

PROTESTO CONTRA OS ÍNDIOS! COMO PERDERAM PROS PORTUGUESES?!

Vamos protestar contra o protesto! Aliás esse sim vale a pena.
Começo protestando contra tal da seguinte maneira: ... ... ... ...
Não entendeu?
Bah... MeProteste, oras!


Já dizia John F. Kennedy
"Perdoe seus inimigos mas não esqueça seus nomes."

2 comentários:

Anônimo disse...

Ídolooooo,adorei seus textos..to lendo tudo!
Também detesto elevadores,por acaso há quem goste?!


ah, qto aos índios: tirando a beleza cultural - muito me interessa sua organização social.
Entre os indígenas não há classes sociais como as do homem branco, por mais que existam pajés e caciques a tribo é da tribo e pra tribo.
No dia em que nós, homens pardos, aprendermos a aplicar respeito como eles aplicam talvez a gente consiga fazer com que cada um tenha seu ranchinho e flores na jenela.


ps: se há comodismo esse é um traço nosso. Isso pega pów! Fomos nós, desde o ínicio, que desconstruimos essa sociedade.

alehsantana disse...

Protestar contra os protestos faz todo o sentido quando se critica não somente aquilo que nos chateia.
Um protesto consistente necessita de elementos que perpassam a superficialidade da raiva momentânea ou do "saco cheio".
Atualmente, a idéia de protesto foi corrompida e é utilizada para nomear mobilizações de todo o tipo, inclusive àquelas prolixas.
Você já ouviu falar em flash mob? É uma espécie de "reunião" de um determinado grupo de pessoas que se juntam em locais públicos de grande movimentação de pessoas para protestar contra o nada. A manifestação dura pouquíssimo tempo e, geralmente, é agendado através de sites de relacionamentos. A pergunta não cala: isso é um "protesto", em seu sentido mais pró-ativo socialmente?
Por sorte, o Brasil não aderiu à moda. Mas, infelizmente, encontramos em nosso país manifestações que nos fazem crer que a teoria da agulha hipodérmica vive.
BASTA, CHEGA, ISABELA NARDONI. Frutos plantados por uma mídia sensacionalista e que foram colhidos pelo povo num trabalho que pode ser considerado escravo, visto a relação de indução-aceitação proposta ao público.
A falta de educação e a consequente desinformação ainda são tratadas com desdém pelos dirigentes deste pedaço de terra com proporções continentais das américas que ainda não pode ser considerado uma nação, já que não constitui unidade.
Vivemos no país da piada pronta, onde tudo é levado "na esportiva" e a população tem o seu faz-me rir garantido nos programas de auditório dominicais, os substitutos de teatros, parques e cinemas para os não abastados. E contra isso poucos protestam. Porque?
Ora, protestar sem receber não faz sentido no jogo capitalista das relações sociais. No Brasil, a critica coerente é aquela que prima pela "comodidade" de um grupo em específico.
Num lugar onde nem mesmo o protesto que impulsionou a retirada de um presidente do seu posto foi iniciado em seio popular, é complicado se aplicar democracia e construir opinião pública verdadeira.
O protesto precisa ser preciso para que possamos afirmar que protestar é preciso.

Abração!